“Júpiter”, terceiro álbum de Silva, é uma bomba de amor

Love is in the air... suavidade e leveza são marcas do disco

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“Júpiter” tem a visível assinatura do músico, com a presença de elementos eletrônicos, um apelo pop e letras suaves.

“Hoje não tem música nacional boa”, “não há artistas brasileiros de qualidade atualmente”, “não se faz mais música como antigamente”. As ideias contidas nestas frases constituem a opinião de muitas pessoas a respeito do cenário musical contemporâneo do país. Apesar de uma safra de artistas que vem comprovando sua qualidade indiscutível no panorama brasileiro, a insistência dessa linha de pensamento ainda é bem significativa.

Silva sem dúvida desempenha papel de protagonista deste círculo de artistas notáveis do tempo presente, que vem demonstrando grande talento e capacidade para manifestar suas ideias originais e interessantes. O músico já venceu o Troféu APCA na categoria de Melhor Cantor e o Prêmio Multishow na categoria Nova Canção (Amor Pra Depois), ambos em 2013.

Depois do mais que bem recebido registro de estreia “Claridão” (2012), e do belo “Vista pro Mar” (2014), Silva apresenta ao público seu terceiro CD, “Júpiter”. Um álbum com a visível assinatura do músico, com a presença de elementos eletrônicos, um apelo pop e letras suaves.

“Júpiter” apresenta 11 faixas no total; nelas o conteúdo está claramente mais romântico que seus registros anteriores. Na faixa-título o músico sugere uma fuga com a pessoa amada para um lugar mais tranquilo, onde não há uma pressão externa, podendo amar tranquilamente o parceiro: “se por lá não houver esse mesmo povo, que só quer controlar o que a gente quer. E o que a gente só quer é amar”. A mesma temática também pode ser encontrada em Eu Sempre Quis, canção em que o cantor sugere viver do jeito que se quer em outro planeta, bem longe daqui...

Temos também um pouco de sofrimento no CD, como em Sufoco, faixa em que Silva fala sobre também sobre o sofrimento que o amor pode causar - ao passo que é preciso deixar que aconteça naturalmente, sem forçar nada, sem tormento, sem sufoco. Sou Desse Jeito trata de um assunto parecido: entender como a pessoa é e saber conviver com isso, algo importante para uma convivência saudável.

O álbum conta com uma discreta faixa instrumental, Io – Instrumental, e com uma versão da primorosa Marina, de Dorival Caymmi, com uma roupagem toda própria de Silva, modernizada por aspectos eletrônicos e batidas contemporâneas.

Destaque para a faixa que encerra o álbum, Notícias, em que o tema explorado não foge ao contexto do CD. Nela a personagem se despede de uma pessoa que não a apoia, e agora quer encontrar seu caminho por si só. Com um suave arranjo, que lembra mais os CDs anteriores do artista, cativa o ouvinte o fazendo embarcar no sentimento da música.

“Júpiter” é um álbum com a carteira de identidade de Silva, e com a qualidade já comprovada por seus trabalhos anteriores. Sim, podemos considerá-lo um pouco sobrecarregado pelo conteúdo amoroso e seus embaraços, ao passo que “Claridão” e “Vista pro Mar”, seus álbuns antecedentes, abordam temas um pouco mais diferentes (tanto pelos arranjos como pelas letras), com uma maior diversidade de assuntos. Apesar disso, Silva consegue trazer uma obra coesa e cheia de propriedade para seu repertório.

Agora vamos ouvir? Prepare seu <3

 

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