Com a chegada recente ao Brasil do Spotify, líder mundial do mercado de streaming – serviços de oferta de música por assinatura –, o negócio de música no país parece estar saindo da Bossa Nova para o Rock’n Roll. Se nos últimos anos as nuvens parecem estar bastante secas de água, o mesmo não se pode dizer em relação à música. Já há até quem diga que São Pedro esvaziou as nuvens para por mais som.
Para se ter uma idéia, em 2013, o faturamento com música ao redor do mundo foi de US$ 15 bilhões, com a queda de quase 4%, em relação a 2012. Segundo a associação mundial das gravadoras, a IFPI, a receita dos serviços de assinatura digital de músicas ficou em R$ 1 bilhão, em 2013. O assinante norte-americano, por exemplo, gasta em média US$ 120 ao ano em streaming – o dobro de quem compra só músicas individuais.
No Brasil, onde o mercado está em um estágio menos desenvolvido – as vendas físicas respondem por pouco mais de 60% do total – o valor movimentado pelo streaming está na casa dos R$ 60 milhões, ou 10% do total nacional.
Chegando com tudo
O mais novo entrante no mercado de streaming é o Youtube. Depois do grande sucesso com a plataforma de vídeos, a empresa passou a apostar na oferta de áudio. O serviço do YouTube concorre com empresas como Spotify, Rdio e Deezer. Chamado YouTube Key Music, a plataforma é integrada com o Google Play Music, que, no Brasil, está disponível apenas em smartphones novos da Samsung.
Saudades do Darth Vader
As gerações X e Y sempre estiveram acostumadas a comprar mídias de áudio. Começou com os bolachões, depois vieram as fitas K7 e os CDs. Cada fita ou encarte ocupava um lugar na estante da sala, pegava poeira e se desfazia com o tempo. Com o surgimento das mídias virtuais e da explosão dos sites de streaming, a música não ocupa mais espaço e não tem peso algum!
Hoje, sempre que eu penso em um LP ou um K7, inevitavelmente, a imagem do Darth Vader pousa sobre a minha cabeça. A saudade do Darth Vader é muito grande, confesso, pois me faz lembrar da infância, The Jackson 5, Bambalalão, Menudos, etc.
Apesar de algumas pessoas acharem ruim o fim das mídias tradicionais, que acaba com o vínculo com os álbuns materiais e com a arte das capas, a música ouvida na internet tem os seus pontos positivos. A sustentabilidade é um deles. As mídias virtuais dispensam o plástico e o papel usados nos produtos, bem como a energia despendida pelos maquinários na produção, embalagem e entrega dos álbuns.
Outra questão fundamental é a mobilidade – que parece ser a palavra de ordem desse século. A música do Spotfy ou do Soundcloud pode ser acessada de um dispositivo eletrônico de qualquer lugar do planeta que tiver internet. Se estiver na Serra Cantareira, por exemplo, basta acessar a nuvem e botar para tocar a dança da chuva.