35 anos sem Vinicius de Moraes

Reviva a história de um dos grandes compositores da música brasileira

Vinícius de Moraes se destacou em parcerias com Baden e Toquinho

Vinicius de Moraes, poeta, diplomata, jornalista e músico, além de um grande amante. Foi tanta coisa e em tudo foi intenso. Na música, suas principais parcerias foram com Tom Jobim, Toquinho, Baden Powell e Carlos Lyra.

O poeta nasceu no dia 19 de outubro, no bairro do Jardim Botânico, no Rio de Janeiro. No ano da Semana de Arte Moderna em São Paulo, em 1922, Vinicius já escreve os primeiros versos e poemas no colégio. Por meio da amizade com os irmãos Paulo, Haroldo e Oswaldo Tapajós, compõe as primeiras canções.

Com amigos do Santo Inácio, forma um pequeno conjunto musical para tocar em festinhas. Além de Paulo e Haroldo Tapajós, também faziam parte colegas como Maurício Joppert e Moacir Veloso Cardoso de Oliveira.

Em 1928, compõe as primeiras canções. Com Haroldo Tapajós faz “Loura ou Morena” e, com Paulo Tapajós, “Canção da noite” (um "fox-trot brasileiro" e uma "berceuse", segundo a definição do próprio Vinicius).

Em 1932, é publicado pela primeira vez um poema de sua autoria na revista A Ordem. A publicação, editada pelo intelectual católico e crítico literário Tristão de Athayde, apresenta um jovem e conservador Vinicius, com um poema bíblico de 152 versos intitulado “A transfiguração da montanha”. Os irmãos Tapajós gravam “Loura e morena” e “Canção da noite”, composta quatro anos antes com Vinicius.

Forma-se em Direito e termina o curso no CPOR em 1933 e é estimulado pelo escritor Otávio de Faria consegue publicar pela Schmidt Editora (de propriedade do poeta Augusto Frederico Schmidt) seu primeiro livro de poemas: O caminho para a distância.

Ele mergulha no cinema e no Jazz norte-americanos no final dos anos 1940. Por morar perto dos estúdios de Hollywood e frequentar assiduamente a casa de Carmem Miranda e Alex Vianny (crítico cinematográfico brasileiro que morava na mesma cidade durante o período). Vive entre músicos, atores, cineastas, executivos e críticos de cinema e faz um curso de cinema com Gregg Toland e Orson Welles, de quem se torna amigo pessoal.

Em 1959, seguem os lançamentos discográficos com as composições de Vinicius e Tom. João Gilberto, que batiza seu próprio disco de estreia de "Chega de Saudade", apresenta uma interpretação inovadora e transforma a canção da dupla em uma das mais importantes da história brasileira. Após esse disco, que ainda contava com “Brigas, nunca mais”, outra composição dos dois, os três nomes serão sempre lembrados como os fundadores da Bossa Nova. A cantora Lenita Bruno contribui para a fama ao gravar o LP "Por toda minha vida", apenas com canções da dupla Vinicius e Tom.

Em meio à explosão da Bossa Nova que começava no Brasil, retorna definitivamente do Uruguai para servir na Secretaria de Relações Exteriores e tem um ano dedicado aos lançamentos literários.

Inaugurando a era dos Festivais na música brasileira, em 1965, “Arrastão”, canção composta com seu jovem parceiro Edu Lobo e interpretada por uma bombástica Elis Regina, é eleita a melhor música do I Festival Nacional de Música Popular Brasileira da TV Excelsior. Vinícius também leva o segundo prêmio com “Valsa do amor que não vem”, composta com Baden Powell e interpretada por Elizeth Cardoso.

Em 1966, é lançado pela gravadora "Os Afrosambas", disco de Vinicius e Baden Powell. Reunindo músicas que vinham sendo feitas nos últimos anos, a dupla cria um marco na música popular brasileira pela sua fusão entre o violão de Baden, as letras de Vinicius e os ritmos e temas do Candomblé baiano.

Com intensa agenda de shows ao lado de Toquinho e outras cantoras, são lançados, em 1971, vários discos com Vinicius. O primeiro é "Como dizia o poeta", com Maria Medalha e Toquinho (RGE), baseado no show de grande sucesso no ano anterior. Com Toquinho, lança "São demais os perigos dessa vida". A dupla também lança, ainda com Maria Creusa, o álbum "Eu sei que vou te amar", versão brasileira do show do trio, feito no ano anterior, na boate argentina La Fusa (RGE). Com Maria Medalha, lança o disco "Marília e Vinicius – encontros e desencontros" (RGE).

Em 1977, participa, ao lado de Tom Jobim, Miúcha e Toquinho, do marcante show "Tom, Vinicius, Toquinho e Miúcha", um sucesso que ficou sete meses em cartaz na casa de shows carioca Canecão. O disco, lançado pela Philips no mesmo ano, torna-se fundamental na música popular brasileira. O show ainda tem breves excursões para São Paulo e para outros países.

Mesmo passando por dificuldades com sua saúde, lança, com Toquinho, pela gravadora Ariola, seu derradeiro disco, "Um pouco de ilusão", em 1980. Morre no mesmo ano de edema pulmonar no dia 9 de julho em sua casa na Gávea, ao lado de seu parceiro Toquinho e de Gilda Mattoso.

Confira aqui a lista de discos em que Vinicius participa como intérprete, seja de canções e poemas seus, seja de canções de terceiros.

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