Já ouviu falar na banda paulista Flaming Moe, que durou de 2001 até 2011? Então, ela veio originar, em 2015, a banda de rock Mocho Diablo, que está dando o que falar com o lançamento do álbum Monochrome.
“As composições são 99% originadas, elaboradas e terminadas em ritmo de ensaio, com todos, ao mesmo tempo, arrancando a complexidade da virtuose e da doutrina musical e agregando boa dose do que é sentido no momento”, conta o vocalista Gui Klaussner.
“Esse método joga a ênfase nos riffs, que são altos e pesados, não importando se conduzidos pela guitarra ou pelo baixo. Tudo bem amarrado por uma linha melódica característica dos anos 90, mas encharcada da crueza punk e de referências setentistas”, define.
O som carrega o peso do stoner característico que os amigos Guilherme Klaussner (vocal), Maurício Peruche (guitarra) e Thiago Pinho (bateria) faziam nos anos 2000. Hoje com Murilo Silva marcando o baixo e altas cargas de grunge nos vocais.O primeiro single "Sink the Black Swan" capta bem o todo e o individual, algo importante na pegada da banda e que pesa na balança. O culto excessivo à guitarra e ao virtuosismo egocêntrico é deixado de lado para explorar fases do rock’n’roll ‘adolescente’ dos 1960, adicionado ao apreço pela era setentista que os integrantes carregam na bagagem. Mas, ao final, é o peso dos 1990 que predomina.
Segundo a banda, um dos grandes desafios foi transportar para a gravação o espírito genuíno das bandas originadas na garagem. Monochrome foi gravado com com amplificadores microfonados, muito fuzz timbrando o baixo e guitarra. Os vocais passionais de Klaussner - já tão característicos - ganharam certa ambiência e alguns efeitos.
Monochrome foi gravado e finalizado no Estúdio Aurora, pelas mãos e ouvidos de Aecio de Souza e Billy Comodoro. O álbum é um belo registro neste ano de 2015 e se destina a quem estrala o volume das caixas mas também sabe apreciar produções cuidadosas. O nome da banda faz menção à coruja mocho-diabo, espécie típica que habita o cerrado brasileiro.