Banda ‘Francisco, el Hombre’ discute violência doméstica em clipe

“Calor da Rua” traz temática debatida em cenas fortes

Projeto musical nasceu a partir de irmãos que cresceram viajando pelo mundo

O momento é de discursos quentes para assuntos urgentes. E mais do que nunca, muitas das reinvindicações socioculturais e políticas são feitas por meio de manifestações que tomam as ruas. Contagiada pelos acontecimentos recentes, a banda “Francisco, el Hombre" entrou em estúdio para registrar uma música (junto a um videoclipe) a respeito de uma questão que merece, de fato, uma mensagem acalorada: a violência doméstica.

O resultado foi a faixa “Calor da Rua”, produzida por Curumin e Zé Nigro, que estará no primeiro disco do grupo – previsto para o segundo semestre de 2016. “Essa música é dedicada a todas as mulheres, nascidas assim ou não. Só nós sabemos o que é não ser pedra mas poder endurecer-se”, diz Juliana Strassacapa, vocalista e percussionista da Francisco, el Hombre.

O clipe de “Calor da Rua” mostra –  a partir da relação de um homem com uma mulher – que a violência doméstica (nem sempre física) está enraizada na sociedade de tal maneira que é contagiada por uma série de outros fatores externos.

“O primeiro passo para a mudança é reconhecer uma situação abusiva e encará-la de frente; só a partir disso deverá vir a desconstrução constante. Numa banda formada por quatro homens e uma mulher, se faz necessário trazer ao nosso cotidiano discussões sobre o machismo e a violência de gênero. É a hora de tirar vendas e mordaças”, comenta a banda.

Com direção artística e maquiagens de Alma Negrot e produção de Ana Carolina Morais em parceria com a Âncora Filmes, o videoclipe registrado em Uberlândia (MG) dimensiona o caso e estimula uma atitude, uma postura.

“Calor da Rua” dá o tom de como será o primeiro disco do Francisco, el Hombre, que sucede o EP La Pachanga. O álbum, cujo nome ainda não foi divulgado, será lançado no segundo semestre de 2016 e vem mais agressivo. É um reflexo da situação tensa pela qual a sociedade passa, num claro contraste da tranquilidade perceptível no EP La Pachanga.

Multicultural

Sinônimo de uma corrente musical e transcultural em forma de banda, o projeto musical nasceu a partir dos irmãos Sebastián e Mateo Piracés-Ugarte, que cresceram viajando pelo mundo acompanhados dos seus instrumentos. Eles fizeram das estradas das Américas, da Europa da África o seu estúdio, mas encontraram a sua base irradiadora no bairro universitário Barão Geraldo, em Campinas (São Paulo).

Ali, o que era um esboço musical incorporou novos integrantes (Juliana Strassacapa, Andrei Kozyreff e Rafael Gomes), concretizando-se em uma banda madura e estável. O som foi lapidado junto a um público multicultural, eclético e ávido por descobrimentos sonoros.

A banda toca uma combinação babélica de sonoridades tradicionais e regionais latino-americanas, cantada em espanhol com sotaque brasileiro e português com sotaque latino. Suas produções mais recentes ganharam ainda novos temperos que os músicos andaram experimentando em suas viagens como côco, cumbia, maracatu, salsa, samba e sopros de ciranda.

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