Um pianista talentoso tem atraído atenção do público alemão e ganhando suspiros da crítica na Itália, Escandinávia e no Reino Unido. Com quase quinze anos de carreira, Michael Wollny já não é mais um jovem músico – tamanha é a sua experiência nos palcos –, mas continua sendo um músico jovem, com apenas 36 aninhos.
Bem cotado em festivais de música na Europa, como o Echo Jazz, o último álbum do pianista, Weltentraum (2014), efervesceu a cena de música instrumental no velho continente. Em 2007, ganhou o prêmio “Jazzpreis der Nürnberger Nachrichten” e seu trio formado por Eva Kruse (baixo) e Eric Schaefer (bateria) foi nomeado como o mais promissor do globo, no festival Ronnie Scott Jazz Awards.
Wollny conseguiu destaque por desenvolver linguagem própria, na fronteira entre a música erudita e o jazz. Influenciado pela cultura “dark” e com muita profundidade psicológica, ele bebe na fonte de diversos tipos de linguagens artísticas, como a literatura, a pintura e o cinema. Para ele, cada música é uma história, com uma narrativa intencional e precisa.
Sua obra parte de um estudo cuidadoso de músicos como Richie Beirach, Björk, Jarvis Cocker, Peter Fulda, Keith Jarrett, Joachim Kühn, Chris Morris e Walter Quintus. Entre os cineastas que influenciam a obra do alemão estão Dario Argento, Luis Buñuel, David Cronenberg, Werner Herzog, David Lynch, Chris Marcador e Alain Resnais.
Pensamentos negros
Durante a gravação de Hexentanz (A Dança das Bruxas), em 2007, Wollny construiu analogias musicais para romances góticos. Buscou encontrar tons escuros para os temas que desenvolveu, criando melodias, muitas vezes, pouco compreendidas, usando a atonalidade e efeitos simbolistas. Sua composição requer pensamento irrestrito e abertura emocional.
Enquanto segue tocando em algumas das salas de concerto mais famosos da Alemanha, Michael Wollny tem pensamentos obscuros para 2015. Parece que não demorará muito para ele gravar um novo álbum, cujo título provisório é “Nachtfahrten” (Viagens da Noite). Compôs muito até agora, mas ainda não divulgou nenhuma faixa. Não está claro ainda se o álbum será solo ou trará um formato de trio, como vem fazendo ultimamente. Seja qual for a formação, seus álbuns e shows são sempre uma jornada intrigante rumo ao desconhecido.