Lançamento do primeiro CD do RDC reúne monstros do RAP na Gaviões da Fiel

Quadra da torcida no Bom Retiro recebeu Consciência Humana, Dexter, Lakers e Pá e DMN pro debut do grupo

Pra quem nunca ouviu falar do RDC, os caras estão estourados com a música Elisa Querida

Madrugada de sábado (13/9) pra domingo. Noite gélida no centro de São Paulo. A quadra da Gaviões da Fiel, torcida organizada do Corinthians, acostumada a receber grandes eventos de samba, hoje tem a cara do Rap paulistano. Aos poucos, os convidados, como os grupos DMN e Consciência Humana e os rappers Lakers e Pá e Dexter, chegam e tomam assento nos camarotes. Nada de tietagem, pedidos de foto ou autógrafo; no Rap, graças a Deus, isso não é tão bem visto.

A reunião tem um motivo especial: o lançamento do primeiro disco do RDC (Respeito, Dignidade e Consciência) - grupo formado pelos rappers Nego Hélio e MC Cigano. "Hoje reunimos amigos, pessoas que tiveram junto com a gente nesses mais de dez anos de caminhada, pra lançar nosso primeiro CD. A gente tá muito feliz com o resultado do disco... Deu muito trampo pra fazer... Dinheiro pra noiz é difícil, tá ligado? E tem que pagar estúdio e pá... Por isso demorou tanto tempo pra conseguirmos gravar. Mas isso foi bom pra gente refinar o repertório também... É a nossa vida que tá nesse CD, nossa história", disse Nego Hélio.

Naquela noite o grupo fechou a festa tocando o repertório completo do álbum, que fala principalmente sobre os perrengues de quem vive na periferia, mas, na essência, é pra todo mundo. “Fazemos Rap pra sofredor... seja ele da periferia ou não... Mas é claro que o foco principal do RDC é a periferia, que sofre muito com a falta de planejamento do governo e com o preconceito da galera... Aqui, onde a gente mora, no Elisa Maria, tem gente que muda o endereço dizendo que veio do Lauzane, por exemplo. Sabe por quê? Porque o patrão descrimina quem é da quebrada, pensa que a gente vai roubar a empresa dele... É triste, mas é verdade”, explica Hélio.

Pra quem nunca ouviu falar do RDC, os caras estão estourados com a música Elisa Querida, que fala sobre o bairro de origem do grupo. O clipe, dirigido pelo Vrass77, é sensacional, se liga:

RDC - Eliza Querida (Part- Betinho Carlos Grupo Abalo)

Mas, antes da apresentação do RDC, o primeiro grupo a entrar em cena foi o DMN. E, para delírio dos fanáticos que estavam logo à frente do palco, o clássico grupo de rap da década de 1990 cantou, entre outras músicas, a emblemática Homem de Aço.

Não conhece? Então se liga:

DMN - Homem de Aço

Logo depois foi a vez de Lakers e Pá levar a galera ao êxtase com hits do Código Fatal como Respeito que Prevalece e Semáforo da Periferia. O rapper destilou seus já tradicionais vocais melodiosos e suas métricas quebradas.

A mais esperada pelo público e, é claro, a última do repertório, foi Minha Vida, que recentemente ganhou uma nova versão com a participação do Emicida, saca só:

Emicida e Lakers e Pá - Minha Vida Remix

Outra atração aguardada com entusiasmo pelo público era a apresentação do mais que clássico grupo de Rap de São Paulo Consciência Humana, que entoou músicas que se transformaram em hinos pros fãns de Rap da década de 1990.

Adivinha qual foi a mais cantada?

Consciência Humana - Lei da Periferia

Além disso, rolou Dexter e várias outras atrações durante a noite. Vale dizer que o disco tá demais e pode ser comprado pelo 11 3983-4051, 11 95467-8719 ou pelo e-mail heliordc@hotmail.com

É noiz!

Inscreva-se no Moozyca

Leia também

45 anos de Edi Rock, a voz forte da norte

Viagens lisérgicas, rituais e experimentações viram disco

Os Tincoãs: música brasileira de volta à África

O cientista da vanguarda baiana

Gilberto Gil e Caetano Veloso negam pedido de boicote à Israel feito por Roger Waters

Já sabe o que ver na Virada Cultural deste fim de semana?

No Dia da Mulher Negra e Latina, celebre com música!

O universo sertanejo, musical e particular de Elomar

Inscreva-se no Moozyca