Do clássico Fascinação a regravações de Adoniran Barbosa, Chico Buarque, Paulinho da Viola, Tom Jobim, Ivan Lins, entre outros. Assim é o épico álbum ao vivo de Elis Regina, “Transversal do Tempo”. Apesar do talento inegável de Elis, meus amigos sabem que não sou o maior fã da interprete (não me matem)... Então, por que a escolha por esse disco pra dica da semana? Porque, meu amigo, esse disco, sem dúvida, merece ter todos os chapéus tirados – pela interpretação, escolha do repertório e conceito.
Às vezes trabalho com engenharia de som e, deste ponto de vista, vemos o aspecto mais interessante do “Transversal do Tempo”: o disco foi gravado em quatro dias, direto da mesa de som do estúdio da Phonogram e ao vivo. Incrível, não? Quem assina a produção é Cesar Camargo Mariano, Mauricio Tapajós e Aldir Blanc.
E cara, quem teve a oportunidade de acompanhar as gravações, lá no Teatro Ginástico, no Rio, com certeza viu o melhor de Elis... Canções como Deus Lhe Pague, Saudosa Maloca, Cão Sem Dono e Corpos foram executadas com maestria, com arranjos fantásticos; uma pegada monstra de guitarra, teclado e batera (OUÇAAAAA).
Foi o último álbum ao vivo de Elis. Na época, os produtores afirmaram que esse trabalho era ou seria um "resumo", ou "tentativas", para a construção de um álbum duplo, que sairia no mesmo ano, 1978. Mas, o contrato entre a gaúcha e a Philips não rolou e ficamos apenas com esta versão (ainda bem).
Meus trechos favoritos do play são:
Querelas do Brasil
"O Brazil não conhece o Brasil
O Brasil nunca foi ao Brazil"
Cão sem Dono
"É nas noites que eu passo sem sono
Entre o copo, a vitrola e a fumaça
Que ergo a torre do meu abandono
E que caio em desgraça"
Bom, agora chega de conversa! Vamos ouvir o álbum completo: