105 anos de Adoniran: “Não tem graça o samba, é um drama”

Relembre alguns momentos do sambista com Elis Regina

Quem não viu, na página inicial do Google nesta quinta-feira (6/8), uma ilustração de Adoniran Barbosa batucando numa caixa de fórforo? Lá no fundo da imagem, passa uma maria-fumaça, em alusão ao clássico “Trem das Onze”. Essa foi a homenagem da empresa norte-americana aos 105 anos de nascimento de Adoniran.

Em 1941, é convidado para atuar na Rádio Record, como ator cômico, discotecário e locutor, onde trabalhou por mais de trinta anos. Em 1955, compõe o primeiro sucesso, "Saudosa Maloca" (1951), gravado pelo conjunto Demônios da Garoa. Em seguida, lança outras músicas, como "Samba do Arnesto" (1953), "Abrigo de Vagabundo" (1959) e a famosa "Trem das Onze" (1964).

No vídeo abaixo, você assiste a uma relíquia da música brasileira, quando Adoniran faz um som num bar do Bixiga junto a Elis Regina. E olha o que ele diz à cantora: “Você leva a sério as coisas, não fica fazendo gracinha não. Não tem graça o samba, tem? É um drama”, afirma sobre a música Iracema. Além de Iracema, ambos cantam “Um samba no Bexiga" e "Saudosa Maloca". Confira.

Um caipira na capital

Adoniran Barbosa nasceu em 6 de agosto de 1910 em Valinhos, no interior de São Paulo. Seu nome verdadeiro é João Rubinato, mas adota o pseudônimo de Adoniran Barbosa - Adoniran é o nome de seu melhor amigo e Barbosa é homenagem ao cantor Luís Barbosa, seu ídolo.

Filho de imigrantes italianos, muda-se com a família para Jundiaí ainda jovem. Em 1924, vão para Santo André, na grande São Paulo, onde começa a trabalhar para ajudar a família. Aos 22 anos vai para São Paulo, onde se emprega como vendedor de tecidos.

Na capital paulista, participou de programas de calouros no rádio.  Em 1934, com a marcha "Dona Boa", feita em parceria com J. Aimberê, conquista o primeiro lugar no concurso carnavalesco promovido pela prefeitura de São Paulo.

Em suas obras, retrata o cotidiano das camadas pobres da população urbana e as mudanças causadas pelo progresso. Para isso, faz uso da maneira de falar dos moradores de origem italiana de alguns bairros paulistanos, como Bixiga, Barra Funda e Brás. Uma de suas últimas composições foi "Tiro ao Álvaro", gravada por Elis Regina em 1980. Adoniran Barbosa morreu em São Paulo no dia 23 de novembro de 1982.

Assista ao programa “Ensaio” de 1972 com Adoniran Barbosa na TV Cultura.

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