Cida Airam lança disco com influências do Nordeste ao Sul

Trabalho reúne ritmos brasileiros, do baião ao coco, com poética própria

Os polos reunidos no álbum (Nordeste e Sul) ganham coesão através da voz da cantora

Assim como o Mandacaru, planta nordestina que, apesar dos espinhos e da capacidade de resistência, não perde a beleza, Cida Airam caminha dentro da música popular brasileira. Nascida em Natal (RN), a cantora e compositora começou a compor em Curitiba. Atuante desde 1992, Cida vem, nota por nota, construindo uma linguagem própria e que lhe permite se expressar de acordo com tudo que viu, ouviu, sentiu e viveu até aqui.

Recentemente, lançou álbum com seu nome (Cida Airam), que reafirma suas raízes nordestinas. A tônica do disco é unir regiões, sintetizá-las a partir de um denominador comum: “Cida Airam”. Trata-se de um trabalho que une raízes nordestinas e a vivência sulista, ou seja, um duelo amistoso entre o seco do sertão, abundante de luz solar, e o seco dos galhos do inverno cinza curitibano. "Gravar um disco é deixar registrado fases de uma vida musical. O tempo que estou em Curitiba me fez amadurecer vocalmente e experimentar outros repertórios e jeitos de interpretar", avalia Cida.

Composto por quatro músicas autorais e nove de compositores diversos, o álbum foi gravado em 2015, na produtora Gramofone, com Luís Otávio como arranjador. Os polos opostos, reunidos neste álbum (Nordeste e Sul), ganham coesão através da voz desta cantora e compositora potiguar, o que justifica a inclusão de canções de diferentes naturalidades, mas que aqui convivem harmoniosamente.

"Aparelho de Memoriar", da sergipana Patrícia Polayne, com participação especial de Janine Mathias, é o hit deste disco: em pouco mais de três minutos, a música deixa claro seu acento comercial.

Em "Arribaçã" (Ricardo Ribeiro), Cida voa envolvente por versos como "eu sinto o frio açoitar o meu peito, e o calor da alma me faz aquecer". Na faixa três, "Cacau Caju Laranja", parceria de Carlito Birolli e Luís Felipe Leprevost, Cida canta ao pé do ouvido, num momento pautado por leveza. Parte do repertório de Cida há muito tempo, "Eclipse em Meia Lua" (Carlos Careqa, Adriano Sátiro e Arrigo Barnabé) ganhou a consistência que só os shows podem dar, já chegando com mais força.

Com ambiência que remete ao estado do Pará, "Memória" (Du Gomide) ganhou a cara desta região, vide, principalmente, a guitarra de Cacá Veloso. Para dançar. Composição própria assinada em parceria com Marta Catunda, "Procissão de Ipês" tem participação especial do Vocal Brasileirão e de Fernanda Sabagh. Canção etérea.

"Tamanquero" (Domínio Público), coco paraibano recolhido por Mário de Andrade, com participação de Rodrigo del Rey, é marcado pela força típica dos nordestinos. Composta pelo carioca Antônio Saraiva, "Ritual Profano" é a primeira faixa a ganhar um videoclipe. Aqui, a voz de Cida vai dando força para as imagens da letra inspirada: "planta do pé sobre a face da terra, o ritmo bate no peito do tempo, nos olhos o fogo roubado dos deuses". 

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