A carioca Bárbara Eugênia, que floresceu em São Paulo, lançou seu terceiro álbum de inéditas, o “Frou Frou”. Antes disso, Bárbara já havia nos apresentado duas pérolas: “Journal de BAD” e “É o que temos”. Ah, é o terceiro álbum caso não contemos o belo trabalho “Aurora”, que foi gravado em parceria com Fernando Cappi, da banda instrumental Hurtmold. O álbum está disponível para download gratuito no site da artista e nas plataformas de Streaming.
A voz aveludada de Bárbara, já conhecida de seus trabalhos anteriores, agrada aos ouvidos e dá um belo polimento para a delicadeza e a sutileza tão explorada nas canções. “Frou Frou” tem treze faixas e uma sensibilidade notável e tem o amor e suas complexidades como tema principal.
O disco transborda ternura, afeição e afeto. Vale o destaque pra faixa Para curar o coração, que destoa do resto do trabalho... O som é praticamente um mantra em que o título da faixa é repetido de forma intensa, em uma sonoridade que lembra as batidas do coração <3
Outra faixa que se sobressai é a que dá nome ao álbum e o encerra. Frou Frou é uma música instrumental dançante, que mistura vários elementos e surpreende os ouvintes.
A obra apresenta duas faixas em inglês: Doppelganger Love e Baby, que, apesar de abordarem o mesmo tema do restante da obra, destoam um pouco não só pelo idioma, mas também pelo estilo. A primeira é marcada por um pouco mais de agressividade em seu arranjo e letra, enquanto que Baby propõe justamente o contrário, uma imagem mais tranquila, remetendo ao ambiente litorâneo.
O álbum conta também com participações especiais, já costumeiro dos trabalhos anteriores da cantora. O músico Peri Pane aparece com grande leveza em Ouvi Dizer. Já na pop Pra te Atazanar o convidado é Rafael Castro. Uma leitura de “Cama”, da banda Cérebro Eletrônico, bastante fiel à versão original. Em Para Curar o Coração há participações das cantoras Andreia Dias, Bluebell, Cláudia Dorei e Naná Rizzini. Também tem a Tatá Aeroplano, integrante do Cérebro Eletrônico, na música Frou Frou. Ah, quase esqueci, o disco conta ainda com uma releitura da música Cama do Cérebro Eletrônico – bem fiel à original, diga-se de passagem.
Dá um play no full album e viaja, zyca:
De modo geral, Bárbara Eugênia nos apresenta uma obra bem concisa e coerente com sua trajetória na música. A elegância e a qualidade tomam seu repertório por completo. Mas se vale um alerta: a recorrência do tema “amor” em seus trabalhos pode saturar um pouco os ouvintes, talvez seja a hora de ousar e falar mais sobre outros temas.
Nos surpreenda, Bárbara!