O Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA) está fazendo uma retrospectiva dos mais de 20 anos de carreira da cantora Björk, considerada uma das mais criativas da geração dela. O carro-chefe da exposição que vai até 7 de junho é o video da canção "Black Lake", do novo disco de Björk, no qual ela acusa o ex-companheiro de a ter traído e abandonado.
Foram 15 anos desde que o curador teve a ideia da exposição até abrir as portas para o público. O principal desafio foi convencer a própria cantora, que achou que seria muito difícil falar de música em um museu de artes visuais.
Björk sempre gostou de causar controvérsia e a exposição no MoMA não é exceção. Muitos críticos reclamaram que o principal Museu de Arte Moderna de Nova York não é o lugar para uma retrospectiva da obra de uma roqueira que nunca produziu sequer um desenho. Todas as peças em exposição - roupas, esculturas e vídeos - foram criadas por outros artistas, não por ela.
Mas, diz o curador Claus Biesenbach, é justamente essa a importância de Björk. Segundo ele, ela é a principal artista da geração que surgiu na década de 1990 porque inspirou a criatividade dos videomakers, artistas plásticos e designers de moda representados nesta exposição.
Depois de álbuns com forte apelo conceitual, a islandesa abriu seu coração em "Vulnicura" (2015). Marcada pelo fim de seu relacionamento com Barney, Björk criou orquestrações contemplativas para ilustrar letras diretas e cheias de sofrimento. Com a ajuda do jovem produtor venezuelano Arca, as batidas eletrônicas sobrepostas marcam o retorno de Björk à vanguarda da música pop.