Rota alternativa: três coisas que você não viu na virada cultural

O Moozyca foi ver o que rolou fora dos grandes palcos

O Moozyca NÃO estava aqui!!!

O Moozyca fugiu da muvuca e fez uma rota alternativa, que foi de música africana a no wave, na virada cultural deste ano. Chegamos por volta das onze da noite, no sábado. Descemos na República e fugimos, de cara, do palco central da praça - já que estávamos decididos a fazer um caminho marginal. Andamos mais um pouco e nos deparamos com três marfinenses tocando percussão ao lado de uma banca de jornal. Não resistimos e paramos pra ver. Assim como as cerca de trinta pessoas que estavam ao redor deles fizeram.

Comandados por Alain Roger, recém-chegado da Costa do Marfim, o trio empolgou, destilando seus batuques e fazendo a galera, literalmente, se mexer. "As pessoas no Brasil são muito receptivas. Fui muito bem recebido por todo mundo aqui. Estou muito feliz", disse Roger, que acabou de chegar no país, ainda não fala português, e está procurando um emprego em São Paulo.

A gente gravou um vídeo com um pouco da apresentação deles, dá uma olhada:

 

Seguindo nossa anti-rota, andamos mais um pouco e paramos no Ateliê Compartilhado Casa Amarela, de onde estava saindo um som que tinha algo de Sonic Youth. E quem me conhece sabe que qualquer coisa que lembre Sonic Youth me rouba a atenção. Então, seguimos, entramos na Casa, subimos as escadarias e, dentro de uma salinha, encontramos a rapaziada do Pollux & Castor fazendo um som hipnotizante.

Ao melhor estilo no wave (não... não é new wave), o quarteto instrumental tocava para uma pequena plateia. O som da banda é recheado de belos timbres de guitarra e melodias dissonantes. Com influências de post-hardcore, pós-punk, progressivo e grunge, o Pollux & Castor é daquelas bandas que fazem um som tão alternativo, mas tão alternativo, que, quando você chega pro batera e diz que o som deles lembra muito Explosians in the Sky, o cara fica até emocionado e diz: "porra velho, que legal. É bom ver que alguém entende o que a gente tá fazendo". Nessa hora, juro, fiquei pensando como deve ser difícil fazer um som desses no Brasil.

Eles foram o ápice da noite zyca... um achado. Demais mesmo. Gravamos um vídeo com eles, se liga:

Ah, também tem a playlist na Rádio Zyca do Pollux e Castor. Confira aqui.

Pra fechar a noite com chave de ouro, fomos assistir a apresentação do Coral Luther King, na capela do Cemitério da Consolação. O canto sombrio e angelical do coro não poderia ser mais propício. A música que vocês vão ouvir no vídeo abaixo, Dry Bones, também não poderia ser mais sugestiva, se tratando de uma apresentação em um cemitério. E pior (ou melhor) ainda: na capela de um cemintério (O.O).

Após sairmos do cemitério, na volta para o metrô, ouvimos de longe um palco tocando a infernal "Ooo, ooo oooo, ooooo, oooooo.... ALEGRIA, ALEGRIA!!!"... Corremos, despistamos aquele horror em forma de música e retornamos para casa sãos e salvos.

Este foi um breve resumo do role zyca na Virada Cultural 2015, amiguinhos. A rota marginal vale a pena, pode acreditar.

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